Nunca se falou tanto em “micróbios” ou microrganimos. Mas afinal, quais são os microrganismos na nossa vida? São bons ou ruins? Vamos aprender um pouco sobre o assunto e entender de forma simples o que é a COVID-19, transmitida pelo vírus Sars-CoV-2.
Para começar,é importante relembrar alguns conceitos básicos. O primeiro deles é a definição de célula, a menor unidade funcional e estrutural dos organismos. Funcional porque as células são capazes de exercer ações básicas como metabolismo, produção de energia para fazermos todas as ações, reprodução. Estrutural porque constituem órgãos e tecidos. As células são classificadas de acordo com a sua complexidade em procariontes e eucariontes. As células PROCARIONTES NÃO APRESENTAM envoltório nuclear que delimita a informação genética. As bactérias e algas azuis são constituídas por células procariontes. As células EUCARIONTES APRESENTAM envoltório nuclear, formando um núcleo verdadeiro, protegendo assim a informação genética.
Excluindo as bactérias (próximo post) e algas azuis. TODOS os demais seres vivos são formados por células eucariontes, que são maiores do que as procariontes. Os seres eucariontes pertencem aos seguintes reinos – Protistas, Protozoários, algas e mixomicetos; Fungi, bolores, leveduras e cogumelos; Plantae, agrupa as plantas; e Animalia, engloba os animais.
Mas, o que são os VÍRUS afinal? Os vírus são as únicas partículas conhecidas da terra atual que são ACELULARES, ou seja, não possuem células. Os vírus não tem metabolismo próprio, eles usam o metabolismo da célula hospedeira, ou seja, eles não captam nutrientes, não produzem energia. Mas, o vírus tem a capacidade de se cristalizar, seja, se auto-organizam e conseguem uma nova estrutura. O vírus na realidade é um ser sem vida, mas nas condições adequadas, ele pode se replicar. Enquanto o vírus não for inativado (perder sua organização estrutural), ele pode, com as condições oferecidas pelo hospedeiro, dar origem ao processo de criação. Deste modo, o vírus estando cristalizado, pode trafegar em vários objetos inanimados como roupas, facas, sacolas, sapatos, relógios etc, denominados de FÔMITES. Motivos pelos quais devemos ter cuidados ao entrar em contato com pessoas e objetos, principalmente, durante este período de pandemia. Bolsas, camisas, celulares, sapatos etc., são potenciais locais onde os vírus podem se manter em sua forma cristalizada e que, em condições adequadas, entrar em um hospedeiro e dar origem ao processo de contaminação.
Os vírus podem entrar no hospedeiro através da pele, que pode ser através de picada de insetos (Aedes aegypti), mordida de animais (raiva), Transfusões (hepatites virais e citomegalia). Pelo sistema respiratório através de contato direto como no caso de um beijo ou uso de objetos contaminados (Fômites) e, também através das gotículas de Flügge ou perdigotos, gotículas pequenas que são decorrentes de tosses ou espirros e que podem transmitir doenças.
O modo de transmissão de microrganismos por gotículas, foi descoberto em 1897 por Carl Flügge, que já demonstrou o potencial infeccioso dos perdigotos que soltamos quando tossimos ou espirramos. Em 1930, William F. Well descobriu que gotículas são emitidas quando expiramos (expelir os ar dos pulmões pelas vias respiratórias). Sendo que as gotas grandes expelidas assentam mais rápido, podendo contaminar mais rápido quem está próximo do indivíduo infectado que tossiu ou espirrou. Por outro lado, as gotículas pequenas, quando saem do ambiente quente e úmido do organismo para o ambiente externo e seco, evaporam e formam partículas residuais feitos do material seco das gotículas originais, este estudo pode ser acessado no site JAMA Network. Então, o conhecimento do modo de transmissão por fômites e gotículas é antigo, bastante estudado, embora ainda não esteja totalmente esclarecido sobre o Sars-COV-2. Assim, as recomendações para diminuir o risco de contaminação de doenças, e não só a COVID-19, tem a H1N1 etc., é evitar ficar próximo de pessoas que apresentem sintomas como tosses, espirros, principalmente, se não estiverem utilizando máscaras.
Sistema digestório também é uma porta de entrada, existem vírus que só conseguem se multiplicar dentro do mucosa intestinal, ali encontram as condições ideais. Vírus das hepatites A, B e os vírus causadores de diarreia, normalmente são resistentes a meios ácidos, em razão disso, conseguem passar pelo ambiente ácido do estômago e duodeno. Tais vírus geralmente são eliminados pelas fezes e podem infectar novas pessoas pelo sistema respiratório de forma direta ou se vierem através da água ou alimentos contaminados (Fômites). Os vírus também pode entrar através do trato geniturinário, através do ato sexual. E finalmente, os vírus podem entrar através da conjuntiva, a membrana fina que recobre a parte posterior das pálpebras e a porção branca do olho (esclera). Após a entrada do vírus, tem ínício o período de incubação, que consiste no tempo que abrange o início da infecção, ou o momento em que o microrganismo penetra no hospedeiro e o momento em que começam a ser percebidos os primeiros sintomas.
Tendo em vista as informações básicas sobre os vírus, é importante, que a partir dessa pandemia, COVID-19. Nós, brasileiros, passemos a adotar o uso da máscara sempre que estivermos gripados. É bastante comum vermos na tv, quando aparecem japoneses, vários usando máscaras nas ruas, e enfatizo e, o uso das máscaras no Japão não é para proteger a pessoa infectada, e sim proteger as pessoas que estão ao redor de microrganismos como vírus e bactérias. Para os japoneses é um ato de educação, pensar no próximo. Quem sabe, não possamos aprender sobre o bem estar coletivo, não esperando que o vizinho comece, e sim, nós, darmos o primeiro passo. Se todos decidirmos dar um passo, mesmo que pequeno, já estaremos construindo novos hábitos que poderão ser transmitidos às próximas gerações. Fiquemos todos em paz!